Como você pode ver nessa planilha que relata os maiores produtores de carne no mundo com os dados de 2017 do website oficial do abiec, e em 2018 ainda com um considerável número de 213,5 milhões de cabeças, o Brasil é o pais no mundo que cria mais bovinos, até que o IBGE apontou “tem mais gado que gente”.
Mas por que chegamos a isso?
Tem um ditado que faz pensar e muito, porque diz: “do boi se aproveita até o berro” mas vamos ver:
Onde se reproduzem todo este gado, sendo que o 50% do território brasileiro está em risco de desertificação e, portanto, não é adequado para a reprodução?
“Mais de 50% das áreas do semiárido brasileiro já “estão com processo de desertificação acentuado”, e cerca de 10 a 15% do território enfrenta uma situação de desertificação severa. (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).”
É realmente útil criar tantos animais?
Mais de 95% das fazendas são intensivas ou terminam gados em forma intensiva; significa que não há necessidade de “espaço”para o gado , mas apenas de uma “caixinha” que lá possa se alimentar dia e noite vivendo nas fezes.
Na sua opinião, em uma criação intensiva, um daqueles lugares horríveis em que os animais permanecem presos a vida toda comendo e engordando até atingir o tamanho predeterminado, qual é o bagaço?
A resposta não é tão óbvia.
Sinto muito por lhe dar más notícias.
Mas frequentemente nessas fazendas, o bagaço é a própria carne.
Boni que é isso?
Não é uma piada ou um exagero.
... Vamos falar sobre gado.
Minha avó, que viveu toda a sua vida no campo, sempre dizia: "nada é jogado fora do porco!"
Garanto-lhe que hoje isso também é verdade para o gado por isso que falei que do boi se aproveita até o berro…
Mais da metade dos produtos para uso diário, deriva das partes não comestíveis do gado.
De plástico a cosméticos, produtos médicos e de tratamento corporal, até produtos inesperados, como fogos de artifício e açúcar!
Proporcionalmente, há muito, muito mais demanda e renda para as partes não comestíveis de um animal do que para as que terminam nos balcões.
Chegamos até em alguns casos limites, nos quais a criação e venda de carne é quase uma cobertura para a venda de partes não comestíveis do animal.
O raciocínio básico é que é mais fácil ganhar com produtos que podem ser vendidos ao público em um valor muito maior do que os R$ 15-20 por kg de carne que eles apresentam nos balcões refrigerados.
Não acredita? Leia aqui!
A carne da cabeça é utilizada para a produção de embutidos. O miolo, para quem tem um paladar mais exótico, é consumido na culinária, e das glândulas extraem-se hormônios para medicamentos. Do osso da cabeça é fabricado a ração e adubo.
Os cascos e os chifres são úteis para artesanatos. Das patas extrai-se mocotó comestível, óleo de mocotó para lubrificantes aeronáuticos. Das canelas é obtida gelatina para sorvetes, filmes de raio-X, líquidos para extintores e resíduos para fertilizantes, também, pentes e botões.
Com o couro do gado se fabrica bolsas, calçados, malas, cintos, roupas, estofados, selas, arreios, bancos de carros, cosméticos, gelatina, chicletes, adesivos, filmes, fósforos, colas e cápsulas farmacêuticas.
Para adubo orgânico, adubos formulados e também na produção de biogás as fezes são fundamentais e com o mocotó bovino os tendões e ligamentos são transformados em gelatina e geleias, além de produzir óleos lubrificantes e graxas para couros e máquinas.
Os ossos, fonte de cálcio e fósforo, são usados na produção de farinhas utilizadas na alimentação de animais e aves. Uma vez calcinados, são usados na fabricação de porcelana, cerâmica, refinação de prata e fusão do cobre. Em usina de açúcar, utiliza-se o carvão de osso para alvejar e refinar o açúcar.
Os cabelos do rabo, da orelha e limpeza do couro são utilizados na indústria de pincéis, brochas, vassouras, filtros de ar e de combustível.
A pele, depois de tratada, chamada de couro, é utilizada na fabricação de bolsas, calçados, revestimentos (bancos de avião, carros, sofás, etc.), material esportivo (como bolas, tênis, chuteiras e luvas de goleiro) e até em roupas de luxo.
Da pele do boi extrai-se o colágeno, substância poderosa utilizada em cosméticos (cremes e esmaltes), e ainda uma gelatina, usada na fabricação de medicamentos, filmes radiológicos e chicletes.
Com as glândulas como as supra-renais, tireoide, pâncreas, etc, são extraídas substâncias usadas em medicamentos, perfumaria e em laticínios. Por exemplo, a insulina para diabéticos é extraída a partir do pâncreas e a mucosa do bicho vai para a indústria de laticínios, para a fabricação do coalho.
Do intestino produzem-se fios usados em cirurgias, a gordura é aproveitada para fazer sorvetes e produtos de confeitaria.
A bílis é usada em produtos farmacêuticos para problemas digestivos e cálculo biliar, também pode ser seco e vendido para países do Oriente.
Até o sangue dos bovinos é aproveitado para produção de plasma, soro e farinha de sangue ou sangue solúvel.
O plasma é usado na fabricação de embutidos e do soro, confeccionam-se vacinas.
A farinha de sangue é aplicada como fertilizante, por causa do alto teor de nitrogênio. O sangue solúvel é desidratado e aplicado em ração animal e na cola de madeira compensada.
Já o sebo, que não é comestível, se transforma em matéria-prima para a indústria farmacêutica, de sabão, sabonetes, detergentes, xampu, tintas, pneus, lápis, velas, além de se extrair a glicerina, que tem várias utilidades, inclusive na fabricação de explosivos.
As tripas são usadas na indústria de embutidos, no encordoamento de raquetes de tênis, na linha catgut (fibra natural de grande elasticidade e tenacidade), e em fios para suturas de cirurgias.
Até a veia aorta é usada pela medicina e nem os lábios do animal são desperdiçados.
Estes são só alguns exemplos, e como podemos ver tudo é aproveitado.
Agora acho que seja mais claro o ditado que diz “do boi se aproveita até o berro”, berro que é utilizado na composição de trilhas sonoras de filmes, novelas e canções.
De fato, os bovinos nos surpreendem, pois hoje tem até boi artista, basta lembrar o exemplo do Boi Bandido, que tinha até cachê de dar inveja a muitos famosos das telinhas.
E depois de tudo, somos nós, que queremos voltar no tempo e trazer tudo ao natural,
onde criamos todo gado grass fed, respeitando os animais, dando-lhes toda a dignidade que merecem durante todo o processo da vida dele e o que podemos tirar proveito o tiramos de maneira natural para o bem-estar de todos, por exemplo, estamos estudando a abertura ao comércio de produção de caldo de osso grass fed.
Sim, porque você precisa saber que os ossos grass fed são ricos em minerais e proteínas, o caldo que você recebe é, portanto, um concentrado de bem-estar!
Entre os micronutrientes liberados no caldo, encontramos cálcio, magnésio, fósforo, mas também as vitaminas A e K.
Entre as proteínas, temos o colágeno, uma proteína essencial para o bem-estar dos ossos, tendões, músculos e tecidos.
Mas também a glutamina, conhecida pelas propriedades regenerativas da parede intestinal, membrana mucosa e seu equilíbrio microbiótico.
O caldo ósseo rigorosamente grass fed é portanto, recomendado especialmente para aqueles com problemas articulares, pele, mas também aqueles que sofrem de disbiose, intestino permeável e doenças autoimunes.
E você? A carne que você come é o bagaço da produção ou não?
E, acima de tudo, você acha que seria correto ter os métodos de criação de animais escrito no rótulo final escritos com mais clareza?
Ainda tem dúvidas?
"Quando você assa uma carne, seu eu, deve estar dentro do corte”. Boni.