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Por que escolher carne 100% alimentada a pasto?

Muito se escreve e fala sobre os benefícios ambientais e de saúde da produção sustentável de alimentos.
A agricultura é tão antiga quanto as montanhas, mas a maneira como nossos alimentos são produzidos mudou drasticamente com o advento da agricultura mecanizada e industrial em grande escala no século XIX.

A produção de alimentos industrializados trouxe algumas consequências bastante adversas ao meio ambiente e à vida selvagem é a nossa saúde.

Resumindo, comer carne 100% alimentada com capim (ou pastagem), criada ao ar livre, caipira, aves e caça é melhor para nós, para os animais, e ajuda a manter uma ecologia mais biodiversa e natural.

Nós somos o que comemos.

Quando comemos carne, precisamos garantir que seja da mais alta qualidade possível e produzida de uma forma que respeite a natureza, o meio ambiente e o animal.

A carne grassfed.com.br

Comer carne de animais que comeram apenas uma dieta natural de grama, flores silvestres, trevos e leguminosas, rica em vitaminas e minerais essenciais e não contaminada por produtos químicos e pesticidas, faz muito sentido para nos. É uma escolha saudável a se fazer.

Muitos estudos respeitáveis ​​mostraram que a carne bovina alimentada com capim tem uma proporção melhor de ômega 3 para ômega 6, é rica em antioxidantes como a vitamina E, e contém níveis mais elevados de vitaminas e minerais.

Carne de animais alimentados com grãos com vidas mais curtas porque apressados ​​para terminar de converter o carboidrato em açúcar e gordura. Não é uma solução saudável para nós, isso é um fato!

Animais 100% alimentados com capim e que são criados em um ambiente natural, ao ar livre, cercado por insetos e germes, desenvolvem um melhor sistema imunológico e também por serem livres para vagar trabalham desenvolvendo mais os músculos produzindo menos gordura saturada.

O que é muito bom para nós.

Os rebanhos, sejam eles bovinos, porcos ou galinhas que ficam amontoados em currais e nunca veem a luz do sol, são mais suscetíveis as doenças e isso gera que podem exigir intervenção com antibióticos.

A grama ao longo dos séculos foi sempre a principal fonte de alimento para gado e ovelhas, porém a economia da produção industrial exigiu que os agricultores em grande escala criassem e acabassem com seus animais mais rapidamente, o que só poderia ser feito realmente através da introdução de rações para gado de alta energia.

Basicamente, cereais e soja.

É comprovado que um animal com um crescimento lento e natural e apenas o alimentando a pasto tem muitos bem menos probabilidade de adoecer, porque eles são ruminantes e foram criados para ruminar.

A palavra “ruminante” vem do latim "ruminare", que significa “mastigar de novo”.

Os animais ruminantes têm sistemas digestivos complexos que os permitem extrair toda a bondade natural de sua dieta de grama, flores silvestres e trevo sem pesticidas e fertilizantes. Coisas inteligentes. Mas, ao dar a um animal ruminante uma ração à base de grãos, para acelerar o processo de crescimento, estamos interferindo na mãe natureza.

Melhor para a biodiversidade e o meio ambiente

Nossa carne é produzida somente com gado alimentado 100% a pasto, totalmente livres de produtos químicos que prejudicam e comprometem a fertilidade do solo.

Uma pastagem natural e permanente melhora a estrutura e a estabilidade do solo, enquanto suas raízes profundas extraem os bens minerais que se encontram mais abaixo.

As pastagens extraem dióxido de carbono da atmosfera, que nutre as raízes e ajuda nos sistemas fluviais, evitando a erosão do solo e o escoamento.

Os pastos são “habitats” cruciais com mais de 150 espécies diferentes de flores e grama que sustentam uma miríade de insetos, desde abelhas e besouros a gafanhotos e borboletas, que por sua vez ajudam muitos pequenos animais e pássaros.

As pastagens podem conter até 40 espécies por metro quadrado.
Pense na pobre velha abelha. Como eles dependem inteiramente de flores para se alimentar, não é para se surpreender que as populações das abelhas diminui rapidamente, isso é uma alerta mundial, sempre se fala sobre isso e isso também é causa da medida que a agricultura mecanizada se intensificou no último século.

Este ambiente natural e biodiverso que sustenta animais alimentados com grama está vivo com sebes e pássaros que nidificam no solo, e pequenos mamíferos que procuram abrigo contra pássaros predadores, as ricas flores silvestres e trevos fornecem “habitat” maravilhoso para uma variedade imensa de insetos.

A Natureza em equilíbrio.

Porque estou aqui todos os dias explicando as razões pelas quais vocês deveriam escolher a carne Grass Fed?

1) É melhor para os animais.
A agricultura animal industrializada tornou a produção de carne eficiente, barata e consistente. Rapidamente foi um programa de sucesso porque tornou seus produtos mais econômicos e uniformes. Essa industrialização atingiu esses objetivos ao colocar o comportamento instintivo dos animais como ultima prioridade, em vez de torná-lo o valor fundamental.

A Grassfed.com.br prioriza isso porque a produção de verdadeiros animais criados a pasto é indiscutivelmente uma vida melhor para ele. O gado nasce para vagar e pastar; se você deseja melhorar a vida dos animais, tem que começar apoiando consistentemente os sistemas que adotam a produção baseada em pastagens.

2) É melhor para aterra.                                                                                                                                                       Por meio do manejo holístico, os animais conseguem impactar positivamente o solo de uma forma poderosa. Os sistemas de produção criados com pasto usam animais como ferramentas em um cinto de ferramentas para acelerar o processo fotossintético, desorganizar o solo e fertilizá-lo por meio da micção e defecação. Por meio desse círculo virtuoso, o solo alimenta a grama, a grama alimenta o gado, e o gado, alimenta a grama. Tudo faz parte do processo de nascimento-vida-morte-decadência que se aplica a humanos, plantas, animais, tudo o que é vida no nosso planeta.

As práticas regenerativas de manejo da terra demonstraram sequestrar mais carbono no solo do que os animais criados em pastagens emitem durante sua vida. A carne com carbono negativo é uma nova ferramenta potencial para ajudar a reverter a mudança climática, e essas práticas regenerativas podem até mesmo ser aplicadas à indústria de energia solar. Ao apoiar sistemas de produção grassfed.com.br, você está endossando sistemas que se concentram em fazer melhorias globais e geracionais na terra que ocupamos.

3) É melhor para a nossa comunidade.
O Brasil rural foi devastado pelos efeitos da agricultura industrial. Por causa da mecanização, eficiências foram introduzidas na agricultura que deslocaram empregos e desmantelaram essas pequenas cidades prósperas. Os sistemas de produção que a grassfed.com.br adere, faz parte de uma mudança que coloca esse trabalho cuidadoso de volta na agricultura. Ao fazer isso, empregos de qualidade são criados, as habilidades tradicionais são restauradas e os cidadãos recebem oportunidades que não existiam antes. Os sistemas de produção com pastagem revertem esse êxodo em massa de trabalhadores árduos e restabelecem comunidades pequenas e sustentáveis.

4) É melhor para as pessoas.
A produção industrial de carne tem sido criticada no mundo também por criar empregos que exigem ações repetitivas constantes, o que leva a vários problemas de saúde para os funcionários. Em sistemas de produção da grassfed.com.br, os funcionários usam muitos "chapéus diferentes" e realizam várias tarefas a cada dia. Os funcionários que trabalham em ambientes que oferecem diversas tarefas são mais felizes e saudáveis. Os sistemas de produção grassfed.com.br apresenta regularmente aos funcionários desafios, oportunidades e realizações que compensam sejam no plano físico quanto emocional.

Além disso, as empresas de processamento de propriedade e operação local, baseados em sistemas de produção com pastagem, revertem o crescimento das mega-fábricas multinacionais. Ao manter os reais na comunidade, os sistemas de produção com pastagem ajuda a trazer prosperidade para o Brasil rural.

5) É melhor para você.
É indiscutível que os animais criados em sistemas de produção industrial são menos saudáveis ​​do que aqueles criados em um sistema de produção natural. Por que acreditaríamos que a carne desses animais não saudáveis ​​seria uma opção nutritiva para o consumo de nossas famílias? Há uma pesquisa documentada que afirma que as proteínas cultivadas em pastagens estão agora sendo usadas em cuidados de saúde preventivos e em planos de tratamento de doenças. É hora de perceber que alimentos nutritivos são realmente remédios.

Mudar para carne natural hoje não será impossível. A Grassfed.com.br opera com uma loja online oferecendo os melhores cortes de gado. Comprar online na loja grassfed.com.br cortes regenerativos, nunca foi tão fácil.

6) É melhor que carne falsa.
Enquanto o debate sobre como abordar a mudança climática continua, alguns produtos agrícolas industrializados feitos em um laboratório afirmam ser o futuro da carne. Algumas empresas de carnes falsas afirmam que são a melhor escolha para o meio ambiente. No entanto, como as avaliações mostraram, muita proteína vegetal na moda estão contribuindo para a mudança climática, o gado criado em pasto ajuda a reverter esse processo.

Agora que conhece um pouco mais do mundo grassfed.com.br, só precisa experimentar alguns cortes e saborear a diferença com a carne tradicional, degustando todos os sabores de uma carne criada segundo regras naturais.

T-Bone ou Porterhouse?

Ambos tem um osso em forma de T e são macios, suculentos; a criação Grass Fed dá um sabor mais intenso, isso aparentemente pode complicar a nossa pesquisa… mas vamos ver como podemos reconhecê-los.

A palavra T-Bone em inglês significa osso em forma de T, o mesmo que separa os dois tipos de cortes que nele existem: o Contra Filé e o Filé Mignon.

O lado maior é de contrafilé, e o lado menor é filé mignon. O osso em forma de T é da vértebra lombar que é cortada em duas.

Para que um bife T-bone seja qualificado como Porterhouse, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos diz que o filé deve ter pelo menos 32 mm de espessura.

A espessura é medida do osso até o ponto mais largo do filé.

O Porterhouse vêm da parte traseira do lombo curto, onde o lombo é mais grosso. O resultado é um corte incrivelmente robusto de bife.

Muitos Porterhouse pesam acerca de 750 gramas e são servidos em restaurantes como refeições para dois.

Diz-se que a origem desse corte hoje famoso, começou em 1892, em Nova York.

Uma taverna pertencente a Martin Morrison era o local favorito para os marinheiros comerem.

Um piloto de idade pediu um filé, mas não tinha sobrado nenhum.

Morrison disse que cortaria e grelharia um sirloin que estava preparando para o próximo dia.

Isso fez tanto sucesso que, a partir desse dia, Morrison pediu somente esse mesmo corte de sirloin para seu açougueiro.

Também, fala-se que Mark Twain (o famoso escritor americano) tinha como refeição favorita Porterhouse frita com cogumelos e ervilhas.

🌱Eu recomendo ambos, o importante que sejam Grass Fed.💚💚💚💚

Porque a criação de carne Grass Fed evoluiu nos últimos anos no mundo inteiro.

Durante décadas, biólogos e cientistas nutricionais americanos e europeus analisaram a maneira como o câncer reage a vários alimentos; emergiu que a abordagem nutricional mais eficaz para limitar o crescimento do câncer envolve a alteração do equilíbrio de ácidos graxos essenciais (de ômega-6 para ômega-3) nas membranas celulares.
Esse relacionamento é determinado apenas pelos relacionamentos naturais nos alimentos que as pessoas comem. Proporções acima de 2,5: 1 promovem alguns tipos de câncer enquanto acima de 4: 1, muitos outros.
O sistema imunológico humano é mais eficaz com uma proporção de 1: 1.
A solução nutricional parece simples. Coma alimento com baixo índice glicêmico com escalas de 1: 1 EFA (Essential Fatty Acid - ácidos graxos essenciais).
Os alimentos mais saudáveis ​​para combater e prevenir o câncer são vegetais de folhas verdes, carnes criadas com o método Grass Fed e frutos do mar capturados na natureza porque são nutrientes diferentes e densos, zero ou baixo índice glicêmico e possuem gorduras essenciais perfeitamente equilibradas.
Os alimentos com alto índice glicêmico a evitar são trigo, muitas frutas, tubérculos e alimentos processados ​​com óleos hidrogenados, açúcar, frutose e outros adoçantes.
Alimentos com uma alta proporção de ácidos graxos essenciais (EFA) a serem evitados são nozes, cereais e carnes alimentados com cereais, a maioria das sementes, frutas e alimentos processados.
A indústria de alimentos responderá às mudanças exigidas pelo consumidor. Mas primeiro, o consumidor precisa mudar e isso exige um esforço conjunto.
Estamos à altura do desafio?

A importância da carne grass fed na sua dieta.

A dieta paleolítica, também conhecida como dieta paleo, é baseada no princípio da nutrigenética, é essencial que o alimento seja reconhecido como "familiar" pelo seu DNA e que não contenha "anti-nutrientes".

Anti-nutrientes são elementos que impedem seu corpo de assimilar ferro, cálcio, magnésio, zinco e cobre.
Estes metais, essenciais para o seu bem-estar psicofísico, são expulsos do organismo porque se ligam quimicamente aos anti-nutrientes!
Você entende o dano?

Para melhorar isso você deveria eliminar cereais, leite, legumes e, obviamente, o "junk food" da sua dieta. Isso ocorre porque são alimentos que nunca foram consumidos até cerca de 10.000 anos atrás, quando a agricultura foi introduzida no mundo.

No caso a ingestão de carboidratos provém de frutas e legumes sazonais com baixo índice glicêmico.

Especificamente, as porcentagens de nutrientes para uma "dieta ideal Paleo"dizem ser:
45% de carboidratos;
35% de proteínas de animais selvagens (peixe, aves, carnes vermelhas, ovos e crustáceos);
20% de gordura.

A dieta paleo é, portanto, um retorno à natureza.

Seu DNA, como já disse, reconhece os alimentos específicos das espécies e os utiliza ao máximo, sem considerar as doses, as quantidades nem as calorias.

De fato, se você come um quilo de carne Grass Fed todos os dias, seu corpo, apesar do excesso de calorias (teórico), NÃO ganha peso.

Se você tentar comer um quilo de pão por dia, bem, você já sabe a resposta.

Gostaria de salientar que nenhum animal na natureza é gordo ou doente. Isso ocorre porque na natureza se alimentam de alimentos específicos da espécie, adequados ao próprio DNA.

Por outro lado, é fácil perceber como os animais de estimação que moram conosco, adoecem e engordam assim que começam a se alimentar das sobras da nossa comida e com os croquetes artificiais que compramos nas lojas.
Da mesma forma, o gado, criado com cereais e não mais com capim, torna-se obeso e doente, tanto que as vacas são mantidas vivas graças à administração contínua de antibióticos.

Você funciona do mesmo jeito.

O Covid-19 e a responsabilidade da produção de carne no mundo.

Nestes dias de absoluta incerteza no mundo inteiro sobre a origem e o combate do Covid-19 , saiu um artigo interessante que quero compartilhar com vocês, sobre a correlação entre animais, criação, meio ambiente e as pandemias. Existem especialistas dos EUA, território onde a carne Grass Fed e o processo dessa criação é amplamente difundida e a carne largamente vendida em todos os estados, que dão uma perspectiva interessante sobre isso.

A pandemia de coronavírus está relacionada à produção e consumo de carne?

Como o novo coronavírus disparou ao redor do mundo, levando consigo um sofrimento incomensurável, gerou ao mesmo tempo, uma indústria caseira de mitos, percepções errôneas, especulações e, ocasionalmente, mentiras verdadeiras. Na medida que a pandemia persiste, parte dessa desinformação se concentra nas conexões com a produção de alimentos,  especialmente carne.

Embora esse contágio tenha conexões tangenciais com a maneira de como a carne é produzida e consumida em todo o mundo, o foco da conversa é muito estreito sobre a relação entre produção e seu consumo. Outros fatores críticos incluem insegurança alimentar no mundo em desenvolvimento e na Ásia urbanizada; a industrialização da agricultura, incluindo plantações como milho e soja; o comércio ilícito e lucrativo de animais selvagens; destruição de habitat; a perda de biodiversidade; e mudanças climáticas.

Esses grandes problemas sistêmicos podem parecer intratáveis quando os olhamos através das lentes de uma crise de saúde pública que tem grande parte do mundo em estado de bloqueio. Mas entender o papel que a produção de alimentos desempenha na crescente probabilidade de futuras pandemias também pode fornecer informações sobre como podemos começar a resolvê-las.

Conversei com um grupo de cientistas para nos ajudar a esclarecer a relação da produção de carne, seu consumo e a pandemia de SARS-CoV-2, especificamente, o aumento de patógenos zoonóticos e como podemos entrar no futuro melhor armados para prevenir e gerenciar surtos.

Os especialistas com quem falamos são:

Dr. Richard Ostfeld, ecologista de doenças no Instituto Cary of Ecosystem Studies, em Millbrook, Nova York.

Dr. Benjamin Chapman, especialista em extensão de segurança alimentar e professor associado da North Carolina State University.

Dr. Lance Price, professor da Escola de Saúde Pública do Instituto Milken da Universidade George Washington e diretor fundador do GW, Centro de Ação de Resistência a Antibióticos.

Josh Berson, cientista social independente que realizou pesquisas no Instituto Berggruen e no Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas Humanas e do Cérebro. Ele também é o autor do livro de 2019, The Meat Question: Animals, Humans, and the Deep History of Food.

Professor Andrew Cunningham, vice-diretor de ciências da ZSL (Sociedade Zoológica de Londres). Fomos encaminhados para seus comentários do episódio de 15 de março de "The Food Program", um podcast da BBC.

De onde veio o Covid-19?

O que sabemos sobre a origem do SARS-CoV-2 em relação ao mercado atacadista Huanan em Wuhan (capital da província de Hubei, na China Central), onde o surto de coronavírus foi relatado pela primeira vez? Esse vírus tem alguma conexão com a produção ou o consumo de carne desse mercado?

Ostfeld: Uma coisa importante para as pessoas saberem é que não sabemos exatamente de onde veio esse novo coronavírus. É verdadeiramente novo, o que significa que nunca foi encontrado em nenhum outro organismo além dos seres humanos.

Em termos de similaridade genética, com base em seu genótipo, está mais estreitamente relacionado a um coronavírus de morcegos. Mas não é idêntico. Nem é tão próximo do idêntico. Li sobre diferentes semelhanças genéticas entre 85% e pouco mais de 90%, são tão relacionadas quanto as diferenças genéticas entre nós humanos e às vacas. Também está relacionado a um coronavírus encontrado em pangolins, mamíferos da ordem Folidota, animal tipo tamanduá, e também em um tipo de cobra.

Considero ainda uma hipótese, embora existam muitas evidências circunstanciais de que esse vírus veio do mercado úmido de Wuhan. É aí que o grande conjunto de casos estava inicialmente, então parece que tudo começou por lá. Este é quase certamente um coronavírus zoonótico, o que significa que veio de algum vertebrado não humano.

Esses animais liberam vírus nas fezes e na urina; portanto, suas excreções provavelmente continham o vírus e foi assim que entrou em contato com as pessoas nesse mercado chamado "mercado úmido". Depois disso, como estamos vendo é altamente transmissível entre nós, e isso torna a ser pandemia perigosa.

Porque a carne desempenha um papel fundamental, porque esses animais no mercado são alojados vivos em condições de muita aglomeração; existem muitas espécies diferentes que nunca ficaram juntas na natureza. E o pior é que muitos deles são capturados ilegalmente.

Cunningham: esses enormes mercados de animais vivos realmente não existiam antes ou durante a Revolução Cultural. É um fenômeno dos anos 1980 em diante. E particularmente na última década, animais selvagens estão sendo coletados em várias outras partes do mundo. Então, estamos vendo espécies se misturando sob condições não naturais que normalmente não se misturariam na natureza.

Além disso as pessoas se reúnem em grande número em torno desses animais, e os animais também são abatidos na hora no mercado quando são comprados porque as pessoas querem isso, a chamam de carne quente, querem um produto fresco e, o resultado é que as pessoas são expostas ao sangue e outros fluidos corporais desses animais no mercado e quando eles chegam em casa os cortam.

Berson: Muito se fala sobre como os pangolins podem ter sido o vetor intermediário entre morcegos e humanos no mercado de frutos do mar de Wuhan. Não está provado. Vindo do relatório que li sobre o sequenciamento chinês das duas cepas originais da Covid, a subsequência de RNA comum mais longa no análogo do pangolim é muito mais fraca que a do análogo do morcego. Então, parece bastante claro que o vírus inicial estava nos morcegos, mas qual era o caminho para os seres humanos é um pouco obscuro.

Esta é uma pandemia de vírus originada com um cruzamento zoonótico. É algo que os epidemiologistas esperam desde antes do surto de SARS de 2002. Você poderia saber que isso estava chegando sem precisar de ser um técnico.

Chapman: Sinceramente, penso que nunca o saberemos. Temos muitas teorias genéticas, e ter uma prova certa é algo que todos queremos, mas que muitas vezes nunca se encontra.

Qual o papel do comércio internacional de animais selvagens no surto inicial?

Berson: Há duas coisas a considerar. Por um lado, há o fato que a demanda dos animais exóticos de todos os tipos, aumentou bastante incluindo carne de animais selvagens e pangolins. É um fenômeno da mentalidade burguesa emergente na China e, por outro lado, na China tem uma gama importante de proteínas do que estamos acostumados a pensar.

Portanto, existem duas maneiras pelas quais você pode ver uma proliferação de proteínas de origem animal nas áreas em urbanização. Um, é atender os mercados emergentes para demanda exótica e a outra está atendendo às necessidades dos migrantes recém-chegados às principais cidades que, de uma forma ou de outra, precisam das suas necessidades de proteínas.

Cunningham: Existem barreiras geográficas; existem barreiras ecológicas; e eles estão sendo esmagados pela cadeia de suprimentos de animais selvagens. E os seres humanos certamente estão interagindo mais com os morcegos, diretamente e indiretamente, do que temos feito em nossa história. Parte disso é porque estamos ficando sem animais selvagens para comer. E assim, as pessoas estão caçando morcegos muito mais do que costumavam fazer, e a outra razão é por causa da invasão do habitat dos morcegos.

Um exemplo muito bom disso é a industrialização das fazendas de porcos na Malásia nos anos 90, que invadiram o habitat dos morcegos, e o plantio de árvores frutíferas, pomares, nas proximidades das fazendas de porcos. Os morcegos entravam e comiam a fruta dos pomares, jogavam frutas contaminadas nos currais e eram comidas pelos porcos. É assim que um vírus chamado vírus Nipah é transferido de morcegos para porcos. E isso levou à erradicação da indústria suinícola da Malásia e à morte de mais de 100 pessoas.

A resistência aos antibióticos tem algum papel nessa pandemia?

Ostfeld: Existem condições na criação de animais que certamente beneficiam patógenos. Mas geralmente é assim que fazemos, em oposição ao fato de criarmos animais. Usamos quantidades enormes de antibióticos em animais que não estão doentes.

Não é um uso terapêutico; é profilático e aumenta o rendimento, por isso é economicamente viável porque os antibióticos são baratos. Para ser honesto, as bactérias resistentes a antibióticos são globalmente talvez a fonte mais importante de surgimento de doenças.

Quando cultivamos gado e aves em condições de muita aglomeração, estamos oferecendo uma vantagem para a transmissão de vários micróbios, e alguns deles, uma pequena fração deles, têm o potencial de pular para nós e nos deixar doentes. Portanto, existem maneiras pelas quais cultivamos animais para alimentação que podem promover o surgimento de doenças; essa parte é verdadeira.

Mas nessa pandemia, comer carne e ser vegetariano não tem muita influência.

Resultado: A única sobreposição, com Covid-19, é quando se trata de infecções secundárias. Um grande número de pessoas que pegam o coronavírus acabam morrendo de infecções bacterianas. E se essas infecções bacterianas forem resistentes a antibióticos, isso poderá apressar sua morte.

Também existem antifúngicos. Sabemos que muitas pessoas na UTI que sofrem de gripe acabam com infecções por aspergillus, e o aspergillus está se tornando resistente aos antifúngicos usados na agricultura vegetal. Portanto, não é mais apenas a produção animal que contribui para o problema.

Estamos lidando basicamente com duas mini pandemias ao mesmo tempo.

As práticas de segurança alimentar desempenharam algum papel?

Chapman: Quando se trata de SARS-CoV-2 e CoVID-19, não temos dados, evidências ou indicação de que se trata de uma doença transmitida por alimentos. Isso não quer dizer que o vírus não possa estar na comida. Isso é diferente. Mas a comida não é um fator de risco para a transmissão.

A interação de pessoas e animais, esse pode ser o problema, o desrespeito das barreiras das espécies, e isso não é o único problema, essa interação pode acontecer em um local de alimentação, mas não é um problema de segurança alimentar.

A razão pela qual hoje estão fechados os self-service e restaurantes não é por causa da comida, mas é por causa das pessoas.

Há uma profunda consciência sobre a importância de investigar todos os caminhos que podem levar à doença e tomar medidas para reduzir esse risco. Toda vez que temos uma epidemia, muitas pessoas querem começar a olhar para a inspeção de alimentos.

Mas no mundo da comida fazemos isso todos os dias.

Observamos coisas assim para garantir que haja muita segurança na saúde de todo mundo, além disso, temos muito apoio acadêmico e muito apoio científico para garantir que a indústria de alimentos continue funcionando porque é algo essencial. Não sobrevivemos muito tempo sem comida.

Como as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade estão relacionadas ao aumento de doenças zoonóticas?

Ostfeld: Uma das crises ambientais menos divulgadas é a perda de biodiversidade. Atualmente, estamos ouvindo muito mais sobre mudanças climáticas, e merecidamente. Mas as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade são os dois distúrbios antropogênicos mais importantes que afetam profundamente a vida em nosso planeta.

Eles realmente interagem porque a mudança climática causa perda de biodiversidade na forma de destruição de habitat, como florestas, o que exacerba a mudança climática. Eles não são completamente separáveis.

No caso de perda de biodiversidade, você tende a perder certas espécies. Se você converter habitat nativo em campos de trigo, shoppings, complexos industriais, subúrbios ou cidades, você perde algumas espécies. E as espécies que você perde tendem a ser as de tamanho maior e as que precisam de mais espaço para viver e manter uma população viável, irão gerar espécies mais carnívoras, mais altas na cadeia alimentar, e vamos perder espécies raras beneficiando os pequenos generalistas que se reproduzem rapidamente, como ratos e camundongos.

Acontece que essas pequenas espécies generalistas onívoras tendem a criar muitos agentes patógenos e esses são mais perigosos do que as outras espécies que desaparecem, assim, quando perdemos a biodiversidade, ficamos com as espécies que criam bactérias, vírus e parasitas com mais força do que as contrapartes, praticamente estamos perdendo as espécies que desempenham um papel protetor absorvendo e matando esses patógenos ou matando os camundongos e ratos e criando espécies mais agressivas.

Um exemplo, a Candida auris é um fungo resistente a medicamentos e parece estar relacionado às mudanças climáticas. Ele estava originalmente vivendo em plantas, mas a adaptação às mudanças climáticas tornou capaz de lidar com as temperaturas corporais mais altas dos pássaros, que são cerca de 41 graus Celsius. Isso pode entrar na produção industrial de aves, e consequentemente nos humanos. Ressaltando que a Candida auris também se espalha em ambientes hospitalares, inclusive na UTI.

Quais são as perspectivas? Podemos impedir a próxima pandemia?

Cunningham: Covid-19 é realmente um aviso. Ele tem apenas uma taxa de fatalidade de 2 a 3%, o que é muito, é cerca 10 vezes mais que a gripe comum. Mas estamos falando de doenças que se propagam no mundo inteiro, como o Ebola, com uma taxa de mortalidade de 50%, e a Nipah, com uma taxa de mortalidade de 75 a 90%.

Portanto, devemos realmente usar isso que está acontecendo como um aviso para reunir nossas ações e começar a financiar o trabalho que precisa ser feito para interromper a próxima emergência pandêmica.

Berson: O governo central da China anunciou uma proibição do comércio de carne de animais selvagens. Você pode sentir-se confiante de que eles irão aplicá-lo. Se eles decidirem que acabou, acabará. Essa decisão reduzirá drasticamente a fonte de risco.

Mais os consumidores são muitos, certamente terão consumidores na China, os nobres ou quem mora nas cidades do interior, que possam preferir comprar carne nas feiras do que nos atacados.

Ostfeld: Os regulamentos sobre o comércio ilegal de animais silvestres precisam ser melhor aplicados. Mudar a vida selvagem, criar novas comunidades é super arriscado, e o comércio de animais que ocorre com animais de estimação e na indústria pecuária também precisa ser cuidadosamente regulamentado.

Sei que existem regulamentos e códigos, mas com certeza precisam ser fortalecidos e aplicados melhor.

Outra coisa que podemos regulamentar é como impactamos o meio ambiente.

Os conservacionistas vêm dizendo isso há muito tempo, muitas vezes com foco no valor intrínseco da natureza, da diversidade, das áreas naturais, da natureza, etc. mas também há um valor muito pragmático, pois muitas vezes podemos reduzir a probabilidade de transmitir doenças se evitarmos certos tipos de destruição ou alteração de habitat.

Então, essas são duas coisas; um, comércio e tráfico de animais, parece mais fácil e o outro, uma política ambiental mais ampla, que parece mais difícil. Mas essas são duas direções que poderíamos seguir para reduzir a probabilidade de isso acontecer novamente e principalmente em uma forma muito mais grave. Obviamente, no momento, a grande tarefa em questão é reduzir a quantidade de sofrimento em todo o mundo com essa doença específica, deixou e criar as bases as imunidades assim que não possa mais voltar.

Vimos nessa entrevista quão importante é o cuidado na criação de animais, o que pode acontecer com uma criação insustentável explorada ao máximo em termos de tempo e espaço.

Para ganhar tempo e espaço perdemos qualidade e, consequentemente, segurança alimentar, dando origem a novos vírus que podem paralisar o mundo inteiro em poucas semanas.

Respeitando os ditames da natureza, os espaços e os tempos necessários são prerrogativas fundamentais para nós da grassfed.com.br, que cuidamos principalmente do respeito e da dignidade dos animais.

Um animal em seu habitat vive feliz, e sua felicidade reverbera na natureza como um eco ao infinito, gerando uma alta defesa imunológica capaz de erradicar doenças, se surgirem, simplesmente com remédios naturais.

Nós da grassfed.com.br acreditamos nisso e investimos todos os dias nessas modalidades que chamamos de natureza sustentável. Hoje como nunca entendemos que somos o que comemos e, se não cuidarmos disso, pode ter um impacto devastador sobre nossa saúde e a das pessoas que estão à nossa volta.

Este COVID-19 transformou o mundo em um lugar pequeno, onde todos entendemos um pouco quão somos frágeis e como é importante cuidar um do outro, seja qual for o ser vivo.